
Olá Colegas!
A história da pessoa com deficiência varia de cultura para cultura e reflete crenças, valores e ideologias que, materializadas em práticas sociais, estabelecem modos diferenciados de relacionamentos entre esta e outras pessoas, com ou sem deficiências. A deficiência apresenta-se como um fenômeno construído socialmente e, assim sendo, ser ou estar "deficiente" é quase sempre relativo a outras pessoas que são consideradas sem "deficiências" (Amiralian, 1986; Higino, 1986; Amaral, 1994; Bruns, 1997; Dall`Acqua, 1997).
Em grande parte das sociedades primitivas não havia cegos, pois os enfermos e as pessoas com deficiência eram mortos ou abandonados. O infanticídio das crianças que nasciam cegas e o abandono dos que havia perdido a visão na idade adulta eram os procedimentos mais freqüentes (Lowenfeld, 1974; Mecloy, 1974; Vash 1988; Amaral, 1994).
A eliminação dos cegos e dos considerados inválidos não se dava somente pelas difíceis condições de vida da época. Nas sociedades primitivas, acreditava-se que as pessoas cegas eram possuídas por espíritos malignos e manter uma relação com essas pessoas significava manter uma relação com um espírito mau. O cego, então, convertia-se em objeto de temor religioso. Em outros casos, muito freqüentes entre os primitivos, a cegueira era considerada um castigo infligido pelos deuses, e a pessoa cega levava em si mesma o estigma do pecado cometido por ele, por seus pais, seus avós ou por algum membro da tribo (Mecloy, 1974).
Na Antiguidade, de um modo geral, existiam dois tipos de tratamentos atribuídos às pessoas que, por alguma razão, se afastavam dos padrões desejados, aceites e ditos normais, tais como velhos, doentes e as pessoas com deficiências - que, quando não correspondiam às exigências do meio, eram tratadas ou com tolerância e apoio, ou com menosprezo e eliminação. Em Atenas, na Grécia Antiga, os recém-nascidos com alguma deficiência eram colocados em uma vasilha de argila e abandonados. Já em Esparta, onde o cidadão pertencia ao Estado, os pais tinham o dever de apresentar seus filhos perante os magistrados em praça pública; as crianças com deficiências eram consideradas sub-humanas, o que legitimava sua eliminação ou abandono, atitudes perfeitamente coerentes com os ideais atléticos e clássicos que serviam de base à organização sociocultural dos espartanos. Em Roma, o procedimento mais comum também era o da eliminação (Lowenfeld, 1974; Mecloy, 1974; Pessoti, 1984; Amiralian, 1986; Rocha, 1987; Amaral, 1994; Amaral, 1995; Bruns, 1997).
Durante a Idade Média, a cegueira foi utilizada como castigo ou como um ato de vingança. No século XI, Basílio II, imperador de Constantinopla, depois de ter vencido os búlgaros em Belasitza, ordenou que fossem retirados os olhos de seus quinze mil prisioneiros e fê-los regressar à sua pátria. Porém um, em cada cem homens, teve um olho conservado para que pudesse servir de guia aos outros noventa e nove (Mecloy, 1974).
Ainda nesse período, a cegueira apresentava-se também como pena judicial, regulada pela lei ou pelos costumes e era aplicada como castigo para crimes nos quais havia participação dos olhos, tais como crimes contra a divindade e faltas graves às leis de matrimónio (Mecloy, 1974; Amaral, 1995).
Em 1260, Luís XIII fundou, em Paris, o asilo de Quinze-Vingts, a instituição mais importante da Idade Média destinada exclusivamente a cegos, com o objetivo de atender trezentos soldados franceses que tiveram seus olhos arrancados pelos sarracenos durante as Cruzadas, mas que ofereceu atendimento também a outros cegos franceses. No entanto, segundo Dall`Acqua (1997), ao contrário do que a literatura aponta, o referido asilo foi criado com o objetivo de retirar os cegos franceses que viviam como mendigos pelas ruas de Paris, e não para abrigar os soldados franceses que ficaram cegos durante as Cruzadas (Lowenfeld, 1974; Mecloy, 1974; Veiga, 1983; Rocha, 1987).
Com o fortalecimento do Cristianismo, a situação das pessoas com deficiências modificou-se. A pessoa humana elevou-se à categoria de valor absoluto e todos os homens, sem exceção, passaram a ser considerados filhos de Deus. O Evangelho dignifica o cego e deste modo, a cegueira deixa de ser um estigma de culpa, de indignidade e transforma-se num meio de ganhar o céu, tanto para a pessoa cega quanto para o homem que tem piedade dessa pessoa (Mecloy, 1974; Pessoti, 1984; Amiralian, 1986; Silva, 1986; Rocha, 1987; Amaral, 1995).
A pessoa com deficiência, agora com o status de ser humana, criatura de Deus, para efeito de sobrevivência e manutenção de saúde, tem significado teológico paradoxal. Deste modo, atitudes contraditórias desenvolveram-se em relação a ela: esta pessoa era uma eleita de Deus ou uma espécie de expiadora de culpas alheias? Era uma aplacadora da cólera divina a receber, em lugar da aldeia, a vingança celeste, como um pára-raios? Tinha uma alma, mas não tinha virtudes - como podia ser salva do inferno? Ela era mesmo uma cristã? (Pessotti, 1984; Amaral, 1995).
Segundo Pessotti (1984), a solução do clero para estas indagações sobre a pessoa com deficiência consistia em duas atitudes. A primeira referia-se à atenuação do castigo, transformando-o em confinamento, de tal modo que segregá-las era exercer a caridade, pois o asilo garantia um teto e alimentação; no entanto, enquanto o teto protegia o cristão com deficiência, as paredes escondiam e isolavam o incomodo ou o inútil. A segunda atitude constituía-se na caridade como castigo, pois era o meio de salvar a alma do cristão das garras do demônio e livrar a sociedade das condutas indecorosas ou anti-sociais da pessoa com deficiência. A Inquisição, porém, sacrificou como hereges ou endemoninhados milhares de pessoas, entre elas, pessoas com deficiência (Kamen, 1966; Dall`Acqua, 1997).
O estado de desatenção e menosprezo a que pessoas cegas e todas as outras pessoas com deficiência foram submetidas começou a modificar-se com o advento do mercantilismo e do capitalismo comercial, no lugar do feudalismo. O período renascentista representou um marco, um revisar dos preconceitos, normas, estatutos, crenças e práticas sociais no que diz respeito ao modo de se relacionar com a pessoa com deficiência que, até então, era explicada como obra do demônio e/ou do divino (Amiralian, 1986; Bruns, 1997; Dall`Acqua, 1997).
Na passagem de uma visão supersticiosa para uma visão organicista, como ocorreu, principalmente, a partir do século XVIII, o entendimento a respeito da deficiência visual tornou-se mais aprofundado (Mazzotta, 1996; Dall`Acqua, 1997). De acordo com Sanchez (1992), surgiram, neste período, os primeiros conhecimentos anátomo-fisiológicos importantes para o posterior desenvolvimento de uma compreensão científica sobre o funcionamento do olho e do cérebro, com suas respectivas estruturas.
Os avanços do conhecimento, especialmente da área médica, propiciaram o início de atendimentos voltados às pessoas com deficiência, embora, em séculos anteriores, já tivessem sido colocadas em prática algumas tentativas de educar crianças com deficiências por meio de estratégias diferenciadas. Essas atividades foram esparsas, no entanto, restringindo-se às deficiências sensoriais (Amiralian, 1986; Silva, 1986; Dall`Acqua, 1997).
Os séculos XVIII e XIX marcaram uma mudança e um avanço na história das pessoas com deficiência visual. Em 1784, Valentin Hauy inaugurou, na França, o Instituto Real dos Jovens Cegos de Paris, a primeira escola do mundo destinada à educação de pessoas cegas e em 1829, Louis Braille, então aluno desse instituto, inventou o Sistema Braille - processo de leitura e escrita em relevo, tendo como base a signografia inventada por Charles Barbier, que consistia num código secreto militar denominado "escrita noturna", composto da disposição de doze pontos em relevo, cujas combinações formavam os símbolos fonéticos (Lowenfeld, 1974; Mecloy, 1974; Higino, 1986; Rocha, 1987; Cerqueira & Lemos, 1996; Kirk & Gallagher, 1996; Mazzotta, 1996; Dall`Acqua, 1997).
Louis Braille inventou seu código com uma combinação de seis pontos, dispostos em duas filas verticais de três pontos cada uma que, combinados de acordo com o número e a posição, geraram sessenta e três símbolos, suficientes para todo o alfabeto, números, símbolos matemáticos, químicos, físicos e notas musicais. Tal invenção abriu um novo horizonte para os cegos: a utilização de um mecanismo concreto de instrução e de integração social. A partir da invenção do referido sistema, em 1825, seu autor desenvolveu estudos que resultaram, em 1837, na proposta que definiu sua estrutura básica, ainda hoje utilizada mundialmente (Mecloy, 1974; Rocha, 1987; Anache, 1994; Sombra, 1994; Ferreira & Lemos, 1995; Cerqueira & Lemos, 1996; Kirk & Gallagher, 1996; Mazzotta, 1996).
No final do século XVIII e início do século XIX foram fundadas escolas para pessoas cegas em outros países da Europa, como Alemanha e Grã-Bretanha, baseadas no modelo do Instituto Real dos Jovens Cegos de Paris (Silva, 1986).
Em 1829, foi instalado, nas Américas, o primeiro instituto para cegos, o "New England Asylum for the Blind" __ atualmente denominado como "Perkins Institute for the Blind" __ em Massachusetts, nos Estados Unidos e, em 1832, foi fundado o "New York Institute Education for the Blind" (Lowenfeld, 1974; Rocha, 1987; Mazzotta, 1996; Dall`Acqua, 1997). Em 1837, foi inaugurada a "Ohio School for the Blind", a primeira escola para cegos inteiramente subsidiada pelo governo americano. De acordo com Mazzotta (1996), a fundação desse instituto foi muito importante, pois despertou a sociedade americana para uma reflexão em relação à obrigação do Estado para com a educação das pessoas com deficiência.
No final do século XIX, no ano de 1878, foi realizado, em Paris, um Congresso Internacional com a presença de onze países europeus e os Estados Unidos, que estabeleceu que o Sistema Braille deveria ser adotado de forma padronizada como método universal de ensino para pessoas cegas, exatamente de acordo com a estrutura do sistema apresentado por Louis Braille em 1837 (Mecloy, 1974; Cerqueira & Lemos, 1996).
No início do século XX, a escola segregada havia-se expandido e consolidado como modelo de atendimento à pessoa cega, mas foi somente na segunda metade deste mesmo século, depois da Segunda Guerra Mundial e com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que se passou a pensar na possibilidade de atendimento à pessoa cega na escola regular.
Segundo Santos (1995), o movimento de integração na Europa surgiu como decorrência histórica de três fatores: das duas guerras mundiais, do fortalecimento do movimento pelos direitos humanos e do avanço científico - era o início da era da integração [2].
Em virtude dos mutilados de guerra, foi necessário criar programas sociais para reintegrar essas pessoas à sociedade. Aliado a este aspecto, as organizações dos direitos humanos passaram a se preocupar em garantir que essas pessoas, depois de reabilitadas, pudessem, de fato, reintegrarem-se socialmente (Silva, 1986; Rocha, 1987; Santos, 1995). A partir dos anos de
O princípio filosófico/ideológico que norteou a definição e as práticas de integração foi o da normalização [3] , que visa oferecer às pessoas com necessidades especiais [4] condições de vida diária semelhantes às da sociedade de um modo geral (Brasil, 1994b).
No final da década de 1960 e durante a década de 1970, estruturaram-se leis e programas de atendimento educacional que favoreceram a integração da pessoa cega na escola regular e no mercado de trabalho. A integração no período citado baseava-se principalmente no modelo médico de deficiência, que tinha como objetivo a adaptação da pessoa com deficiência, às exigências ou necessidades da sociedade como um todo (Sassaki, 1998; Santos, 1995, 2000).
De acordo com Santos (1995, p. 24), "até aos anos
A partir da década de 1990, com a realização da Conferência Mundial de Educação para Todos (1990) e com a Declaração de Salamanca de Princípios, Política e Prática para as Necessidades Educativas Especiais (1994), passou a vigorar a "era da inclusão" [5], em que as exigências não se referem apenas ao direito da pessoa com deficiência à integração social, mas sim, ao dever da sociedade, como um todo, de se adaptar às diferenças individuais (Brasil, 1994a; Sassaki, 1998; Santos, 2000).
De acordo com Sassaki (1998, p. 09), "a sociedade inclusiva começou a ser construída a partir de algumas experiências de inserção social de pessoas com deficiência, ainda na década de oitenta".
Ainda segundo o referido autor (1997), "a inclusão social, portanto, é um processo que contribui para a construção de um novo tipo de sociedade através de transformações, pequenas e grandes, nos ambientes físicos e na mentalidade de todas as pessoas, portanto também do próprio portador de necessidades especiais" (p. 42).
Acredita-se que o processo de integração, que busca normalizar a pessoa com deficiência e atribuir-lhe a responsabilidade de adequação ao meio social, não propõe, conforme constata Mantoan (1998), nenhuma mudança na estrutura social vigente, cabendo ao indivíduo a responsabilidade de se "adequar" ao sistema. Entretanto, as práticas integracionistas demonstraram que as pessoas com deficiências não precisam e nem devem ser excluídas socialmente.
Não obstante, o processo de inclusão vai muito além da inserção dos alunos na escola, exigindo uma mudança na estrutura social vigente, no sentido de se organizar uma sociedade que atenda aos interesses de todas as pessoas, indiscriminadamente.
Sabe-se que o Capitalismo é um sistema de exclusão social e, neste aspecto, as práticas integracionistas favorecem a manutenção desse sistema, quando propõem que cabe à pessoa adaptar-se à estrutura social vigente. Já o processo de inclusão denuncia as desigualdades e o desrespeito às minorias, reivindicando não só a mudança de estruturas físicas, mas também de concepções, pensamento e planejamento da sociedade, procurando uma nova forma de organização social, em que as diferenças individuais sejam respeitadas e não menosprezadas.
Acredita-se que a inclusão da pessoa com deficiência seja fundamental, porém, como pensar em uma sociedade inclusiva num sistema capitalista que é organizado de maneira excludente? Será a inclusão uma utopia, como afirma Glat (1998), ou uma possibilidade de acontecer? Pensando no homem como um ser em transformação, sujeito de sua própria história, estas são questões para as quais não se tem uma resposta. Acredita-se, contudo, que o processo de inclusão não se restringe às pessoas com deficiência, mas atinge todas as minorias cerceadas de direito dentro de uma sociedade capitalista. Portanto, a essas minorias seria benéfica uma organização social que favorecesse a todos e não somente a alguns privilegiados. http://deficienciavisual9.com.sapo.pt/r-olhares.htm
Cegueira
É considerado cego aquele que apresenta desde ausência de distinguir objetos através da visão, o que pode incluir ou não a perda da percepção luminosa. Sua aprendizagem se dará através da integração dos sentidos remanescentes preservados. Terá como principal meio de leitura e escrita o sistema Braille e os sistemas de computação com interface adaptativa, como o DOSVOX. Texto O Olho – funcionamento e deficiências de Antônio Borges (pág 5)
A visão segregacionista em relação às pessoas com deficiência vem evoluindo para uma visão inclusiva ao longo das últimas quatro décadas. A educação, parte fundamental neste processo, sofreu uma radical transformação.
Os novos paradigmas, entretanto, exigiam a integração e a participação ativa das pessoas com deficiência no processo educacional convencional. Esses indivíduos deveriam ter acesso e compartilhar de todos os ambientes e recursos educativos, sem segregação nem exclusão.
Para viabilizar as mudanças necessárias para a integração das pessoas com deficiência ao processo educacional, entram em cena novos personagens, a partir da segunda metade do século XX: os recursos tecnológicos. Destacado no texto da unidade 1(pág 2)
As adaptações deverão ser efetuadas evidenciando a descrição textual e tátil do aspecto visual do mundo, e de tudo que puder traduzir o mundo na perspectiva de sua aparência exterior.
É importante frisar: uma adaptação completa não é uma tarefa simples, e será muito demorada quando se desejar que seja bem realizada. Desta forma, é fundamental que numa classe inclusiva, a maior quantidade possível material didático, em especial os livros e apostilas que serão usados pelo aluno deficiente visual, deve ser entregue previamente com todas as adaptações ao professor, pois este não terá tempo hábil para produzi-las.
Existem várias tecnologias para uso das pessoas com cegueira total:
a)criar livros digitais falados, com acesso direto ao conteúdo específico,
b)permitir a identificação de elementos dos livros impressos para permitir a navegação dentro de um livro,
c)assegurar interoperalidade entre as tecnologias assistivas e as fontes de informação, por exemplo, poder imprimir em Braille o conteúdo de um livro falado, pela inclusão de arquivo texto sincronizado com o som.
O formato Daisy foi adotado em vários países, e deve ser adotado em breve também no Brasil.
- Soroban – É um aparelho de cálculo usado já há muitos anos no Japão pelas escolas, casas comerciais e engenheiros, como máquina de calcular de grande rapidez, de maneira simples. Recomenda-se o sistema soroban como método ideal de cálculo para pessoas com deficiência visual.
- Braille – É um código tátil usado para permitir a escrita e a leitura por pessoas com deficiência visual. O alfabeto convencional é representado com pontos em relevo, numa organização engenhosa, que pode ser diferenciada com o tato. Vídeo explicativo disponível em http://www.youtube.com/watch?v=-t4IU_WJZs8 (acessado em 23/11/2009).
- Programa DOSVOX - É um sistema operacional que permite com que pessoas cegas utilizem um microcomputador comum (PC) para desempenhar uma série de tarefas, adquirindo assim um nível alto de independência no estudo e no trabalho. O sistema DOSVOX foi criado utilizando tecnologia brasileira, adequada às necessidades e especificidades das pessoas com deficiência no Brasil e de países que não são ricos. Vídeo mostrando a importância da utilização do DOSVOX disponível em http://www.youtube.com/watch?v=O5jEqDOGfNE (acessado em 25/11/2009).
- Programa Talks – É um sistema que dá acessibilidade em síntese de voz aos menus de certos telefones celulares. Infelizmente só os celulares mais caros suportam o Talks, o que limita muito o uso deste sistema. Texto Síntese de voz – panorama tecnológico de Antônio Borges (pág.6)
- Motrix – O Motrix implementa a digitação por meio da soletragem. O alfabeto utilizado pelo sistema é o fonético de aviação que se mostrou mais adequado para diferenciação de som em ambientes com ruídos.
Surge a COLEÇÃO BRAILLE QUINTANA - Um kit que será lançado hoje à tarde
(acessado em 25/11/2009).
Kathia e Grede
Kathia - 23/11/2009
(...)
A sociedade em que vivemos, hoje, está em constante transformação, e na área da Educação, não é diferente. Acreditamos ser a escola um espaço capaz de atender as crianças, independente de suas condições intelectuais, físicas, sociais, etc. Falamos aqui da Educação Inclusiva, que é atualmente um dos maiores desafios do sistema educacional, principalmente para os educadores que devem repensar suas práticas pedagógicas, tendo consciência de que são agentes dessa transformação e, cada vez mais, devem buscar informação, atualização e capacitação preparando-se, desta forma, para atuarem nessa outra realidade escolar, a inclusão de alunos com necessidades especiais (NEs) no sistema regular de ensino. A Educação Especial é garantida como uma modalidade de educação escolar no Capítulo V da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº. 9.394 (1996), que trata especificamente da inclusão de alunos com necessidades especiais na rede regular de ensino, perpassando por todos os níveis de ensino, desde a Educação Infantil até o Ensino Superior.
(...)
Quando falamos em transformação devemos, também, pensar nas Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) presentes na nossa vida diária como, por exemplo, os computadores – a Informática, usada nos bancos, no comércio, na medicina, na educação, no trabalho, em casa, nas horas de lazer, etc. O uso do computador também é um grande desafio e sua utilização no campo educacional ainda é uma novidade que requer que pensemos como podemos utilizar essa moderna tecnologia para nos auxiliar, como educadores, nas nossas práticas pedagógicas. Não podemos esquecer que a sociedade atual exige pessoas cada vez mais qualificadas e capacitadas, isso faz com que muitos educadores se sintam desatualizados e percebam que devem buscar informações sobre o uso da informática como instrumento do processo ensino-aprendizagem, podendo, assim, levar a um agir, um sentir e um pensar de uma outra maneira a respeito de um fazer pedagógico que acompanhe a evolução dos tempos.
Percebemos que estamos diante de dois temas desafiadores e muito atuais, a Educação Inclusiva e a Informática, e acreditamos que a utilização da informática no campo educacional e, principalmente na educação inclusiva pode ser de grande importância para o processo ensino-aprendizagem, pois todos podem aprender desde que lhes sejam oferecidas oportunidades e condições necessárias para isto e que sejam exploradas e valorizadas suas diferenças individuais, conhecimentos e habilidades.
Frente a esses temas desafiadores, levantamos a seguir alguns questionamentos: De que maneira os educadores estão se preparando para atuar na Educação Inclusiva? Como os educadores podem usar a informática para “transformar” sua prática pedagógica? Como as tecnologias de Informática podem auxiliar na Educação Inclusiva?
(...)
A respeito do uso do computador por alunos com Necessidade Educacionais Especiais (NEEs), Menezes (2006, p. 17) comenta
Sob esse aspecto, ressaltamos a importância da Informática no trabalho com alunos que apresentam dificuldades e limitações no ato de aprender. Com o auxílio do computador, esses alunos poderão desenvolver inúmeras habilidades que favorecerão seu processo de aprendizagem e descobrir que seu mundo está cheio de possibilidades. A busca de superação das dificuldades e limitações, aumenta a auto-estima e a crença em suas capacidades.
(...)
“não consiste em oferecer um modo igual de educar a todos, mas sim de oportunizar a cada aluno o que ele necessita, em função de suas peculiaridades, para que possa ter as mesmas possibilidades de construção de conhecimentos e de avanços no seu desenvolvimento dentro das escolas e para que possa usufruir dos mesmos espaços sociais que as pessoas que não possuem NEEs” (MENEZES,2006,p.103).
(...)
o uso do computador por alunos que possuem ou não NEEs é significativo, mas depende de como o professor vai explorar essa ferramenta no desenvolvimento de suas atividades pedagógicas.
(...)
a informática educativa está sendo utilizada pelos professores com alunos que possuem NEEs, oferecendo a estes as mesmas oportunidades dos demais, buscando desenvolver suas capacidades e trazendo benefícios a sua aprendizagem.